quarta-feira, 29 de abril de 2015

Os jovens de Abril nascidos...

Também eu posso compreender e de que maneira esta questão.
Tenho um filho cheio de arte nos dedos, autor e interprete de prestigio, (autor de musica para uma novela que ganhou um "Emmy"!) que também pensa emigrar, pois aqui não espaço para tanto talento sobreviver.
E tenho outro, doutorado e investigador - muito considerado e respeitado no mundo da investigação financeira e da analise económica - que já o fez há muito tempo, sendo hoje professor universitário em Sidney, na Austrália!
Tenho uma neta que não posso abraçar pois foi forçada a emigrar com 2 meses de idade!
Que futuro é este? Que êxodo de valores artísticos? De massa cinzenta? De prestigio? De Cultura e Conhecimento?
Porque teremos de procurar oportunidades noutros lugares - que nem sequer são nossos nem teriam que se preocupar com isso...- se no nosso próprio país se não reconhecem os méritos nem se abrem portas à juventude?
Que futuro, senhores, que raio de futuro?
Ah! E tenho vergonha, por vezes, de ser Português, resistindo e lutando no Portugal que estes senhores criaram; sem memoria nem preito, nem sequer sentirem uma enorme divida de honra para com esta mulher, cujo pai nos deu corajosamente a Liberdade a troco de coisa nenhuma!

domingo, 26 de abril de 2015

Vergonha de Abril?

Em Abril me revi e despertei.
Em ABRIL fervi  a esperança da liberdade e ouvi o fragor dum povo encarcerado no silêncio, quebrando algemas nas cara dos algozes
Em Abril adormeci nas estrelas. E hoje desperto em desapontamento, raiva e tristeza de incumprimento e desespero. E as estrelas desse céu morreram.
Hoje, em Abril me revejo ainda; mas hoje é nele que mais lamento tudo que não fui e já não posso ser
No país que esta gente feia me roubou e desviou de mim. E em tudo o que, tais não habilitados protagonistas, em mim destruíram; sem direito, nem saber, nem moral sequer para gritar teu nome.
A tal liberdade deixou de passar por aqui. Não existe "Liberdade" na pobreza. Nem alegria.
Talvez seja então, esta a hora e o lugar para celebrar um outro qualquer Abril - de Maios ou Outubros feito, pouco importa.
Filhos desempregados, exilados, uma neta emigrada com 2 meses para a Austrália. Desconfiança e roubo descarado nas reformas e velhice?
Fui isto que sonhei? NÃO.
Vivo hoje um país sem preito pela Cultura, nem prestigio, nem respeito internacional, um país devedor cronico, com gestores incapazes truões infelizes de opereta buffa.
Corrupção patente em cargos que haveriam de estar acima de toda a suspeita sequer! E compadrios, nepotismos instalados, uma máfia oculta de negócios sujos, pardos, lamacentos; uma teia de carência, incompetência politica e indigência mental  em altos cargos da Nação.
Quem ainda ama este país? Quem pode? Quem ainda resiste por pundonor e amor pátrio a tanta imbecilidade e extragação negativa?
Sim, eu ainda sou português, assumo; mas sinto-me mal por ser portador dessa doença.
A última das mais ignaras agências de rating mundiais - o que quer que isso seja ...- insulta-nos como lixo. Nós - que chegamos à Índia por mar, sem Canal Suez, no tempo de Gama! Nós que mostramos a 1ª espingarda ao Japão, nós que viajamos o Mundo e temos uma língua falada em todos os continentes! Lixo e opróbrio de nós mesmos, ausentes de família, sem horizontes nem dinheiro, falhos de emprego e de futuro. As ruas de seu nome "vende-se e trespassa-se" a cada esquina. A miséria patente. A desistência.
Como resistir de porta aberta a uma politica fiscal insultuosa, autista, indigna, imbecil, esquizofrenica e impossível? Como resistir? Sim, como sobreviver ? Como pagar a renda? Como arranjar emprego? Como não sentir o roto dos sapatos e o espectro da fome?
Sim, - pensam hoje tantos portugueses seniores - como por comida em cima da mesa aos meus filhos e netos? - todos desempregados, perplexos e tristes? Revoltados, como nós, ante o espectáculo obsceno dos biliões de falcatruas, derrapagens orçamentais e desmandos bancários de uma escumalha sem nome?
Porque são sempre tantos os tão grandes, tão donos de tudo e tão impunes?
Porque temos outra vez de emigrar de nós? Porque foge a massa cinzenta; porque se afoga a cultura? porque somos tão disciplinadamente cumpridores de impossíveis e humilhantes intervenções económicas e politicas tão estranhas ao nosso entendimento?
Onde pára Abril?
Aquele outro que vivi, tentei esculpir e acreditar com a alma, a justiça, a voz e os dedos?
Olho-me  e tenho vergonha de tudo que acreditei. Ou se calhar orgulho.
E acredito que esteja iminente um próximo agitar de marés. Um tsunami de orgulho ferido e de justiça. Um repor de dignidades e honras ofendidas.
Digam-me onde: - data e hora - e eu levo a minha voz. Outro valor maior não sei acrescentar.
E a vergonha ferida que já sinto todos os dias. essa também levo.
É fácil.  Vive comigo por culpas que afinal não tenho.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Futebol sujo

Sou de coração belenenses, é sabido. Mas nunca seria por tal facto colateral de gosto e sensibilidade que a analise me toldaria o entendimento.
O futebol vale o que vale - muitos milhões para uns e alguns tostões para outros. Para continuar rimando, cá para mim, vale apenas ...opiniões. 
O que vai passar-se no próximo sábado no Restelo não contempla a priori a verdade desportiva. 
E devia ser passível, - desculpem mas devia - de investigação policial. 
Que se passa nos bastidores de tudo isto?! Porque não se esclarecem as verdades e os contratos que impossibilitam o Belenenses de apresentar a sua primeira equipa com todas as opções naturais? Que lesões e decisões estranhas são estas? Que forças ou chantagens implicam estes impedimentos? querem q a equipa jogue com os juvenis? Os juniores?
Atenção q não isento ninguém nos acordos - contratados ou tácitos..- celebrados; nem os dirigentes de uma, nem os da outra parte. 

Mas é tudo esquisitissimo e já carece de legislação própria, ou denuncia viva há muito tempo.
O futebol vale o que vale. 

Sim. Serve apenas para nos divertirmos por sermos azuis, verdes, amarelos ou vermelhos. Mas não pode continuar nas mãos destes jogos de bastidor sujos e financeiramente suspeitos.
Já bastavam os apitos de lama, os jogadores comprados para perder, outros sem salário, os dirigentes bacocos e vaidosos, o discurso vazio dos treinadores, os comentários de especialistas da treta, os caceteiros das claques e os estádios vazios.
Aqui é um "esquema" a funcionar da pior maneira. Oculto, como todos os esquemas. 

Quem deve o que e a quem? 
Cheira a coisa que não pode ser legal, nem ética, nem desportiva, nem moral.
O futebol, assim, apesar de ser um espectáculo bonito, está envenenado.
Assim vale cada vez menos. E assim... não jogo.

sábado, 11 de abril de 2015

E esta hein? ...Já terei existido???


Pero Gomes Barroso
poeta, trovador e politico 
natural de Basto/Barroso-
n. 1220? - m 1300?


Do que sabia nulha rem nom sei,
polo mundo, que vej'assi andar;
e quand'i cuido, hei log'a cuidar,

per boa fé, o que nunca cuidei:


       ca vej'agora o que nunca vi

       e ouço cousas que nunca .
  

Aquesto mundo, par Deus, nom é tal

qual eu vi outro, nom há gram sazom;

e por aquesto, no meu coraçom,

aquel desej'e este quero mal:
       ca vej'agora o que nunca vi
       e ouço cousas que nunca oí.
  
E nom receo mia morte por en
e, Deus lo sabe, queria morrer;

ca nom vejo de que haja prazer

nem sei amigo de que diga bem:
       ca vej'agora o que nunca vi
       e ouço cousas que nunca oí.
  

E se me a mim Deus quisess'atender,


per boa fé, ũa pouca razom,

eu post'havia no meu coraçom
de nunca jamais nẽum bem fazer:
       ca vej'agora o que nunca vi
       e ouço cousas que nunca oí.
  

E nom daria rem por viver i
en'este mundo mais do que vivi.

Obs - Sirventês moral sobre o desengano do mundo e a miséria dos tempos, com o tema tradicional de um passado melhor que um presente em desconcerto. E esta hein?...

vergonhas de 1ª e cidadãos de segunda...

INDECOROSO

Especialmente dedicada ao "sr ministro" Poiares  Maduro pelas suas "brilhantes" declarações proferidas em 05/02/2014, acerca da sustentabilidade das reformas...
VERGONHA é comparar a Reforma de um Deputado com a de uma Viúva.
VERGONHA é um Cidadão ter que descontar 35 anos para receber Reforma e aos Deputados bastarem somente 3 ou 6 anos conforme o caso e que aos membros do Governo para cobrar a Pensão Máxima só precisam do Juramento de Posse.
VERGONHA é que os Deputados sejam os únicos Trabalhadores (???) deste País que estão Isentos de 1/3 do seu salário em IRS.
VERGONHA é pôr na Administração milhares de Assessores (leia-se Amigalhaços) com Salários que desejariam os Técnicos Mais Qualificados.
VERGONHA é a enorme quantidade de Dinheiro destinado a apoiar os Partidos, aprovados pelos mesmos Políticos que vivem deles.
VERGONHA é que a um Político não se exija a mínima prova de Capacidade para exercer o Cargo (e não falamos em Intelectual ou Cultural).
VERGONHA é o custo que representa para os Contribuintes a sua Comida, Carros Oficiais, Motoristas, Viagens (sempre em 1ª Classe), Cartões de Crédito.
VERGONHA é que S. Exas. tenham quase 5 meses de Férias ao Ano (48 dias no Natal, uns 17 na Semana Santa mesmo que muitos se declarem não religiosos, e uns 82 dias no Verão).
VERGONHA é S. Exas. quando cessam um Cargo manterem 80% do Salário durante 18 meses.
VERGONHA é que ex-Ministros, ex-Secretários de Estado e Altos Cargos da Política quando cessam são os únicos Cidadãos deste País que podem legalmente acumular 2 Salários do Erário Público.
VERGONHA é que se digam nos Meios de Comunicação Social para transmitir à Sociedade que os Funcionários só representam encargos para os Bolsos dos Contribuintes.
VERGONHA é ter Residência em Sintra ou em Belas e cobrar Ajudas de Custo pela "deslocação" à Capital porque dizem viver em outra Cidade.

Vergonhas de primeira, e que vitimam, no fundo, a todos nós, cidadãos de segunda...

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Em Português nos entendemos

...Hoje, aqui ao lado, fui aplainar uma tábua na serração do húngaro Ludovic - onde trabalham também o Bela e o Átila...- tudo boa gente que veio parar a Barão de S Miguel, concelho de Vila do Bispo, sabe-se lá por que razões e esquinas da vida. 
E vi, quase incrédulo, em muito razoável português, o entendimento do simpatico Ludovic com galeses que têm uma firma de pérgulas e alpendres! Ambos falando a minha língua e eu deliciado e silente, espreitando o orgulho vadio de ser velho lusitano. 
Foi uma satisfação imensa ver o português ser a língua traço de união entre gentes de culturas, línguas e civilizações tão distantes e distintas.
Sorri. A língua portuguesa está viva e circula bem mais do que pensamos, Apesar dos atentados que vai sofrendo. 

Como disse o poeta José Fanha"eu sou português aqui". E fiquei orgulhoso do verbo de que nasci.
Uma pátria para o mundo. Uma língua para muitos mundos. 

Hungria e Pais de Gales aqui, ao pé da porta, cortando madeira; e em português se entendendo. Invulgar. Caramba. 

Assim fosse o mundo: - construção e entendimento! 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

le Maire et moi...

M le Maire et moi...
"história de como um pobre artista por vezes tem de apertar a mão a presidentes que viram ...Presidentes!
para quem fale o francês... aqui fica;
e talvez tenha alguma graça...