sexta-feira, 22 de abril de 2016

o expresso pop chora de dor

recebo por mail o expresso diario.
Por vezes consulto para saber noticias, mas o tom leve e gratuito com se fazem hoje em dia os resumos da actualidade deixou de ser correspondente ao jornal de referencia, sério, imparcial e fiável q outrora existiu.
Já uma vez escrevi sobre isso, mas adiante.
Ok - morreu Prince. Era um ídolo pop. É noticia, sim senhor.
Mas a peça de abertura de hoje é de um servilismo prestamista quase endeusante e possidonio, dedicada ao grande enorme "prince", com um preito comovido, uma magoa perante tão extraordinária perda para a cultura mundial q me deixam boquiaberto.
Há excertos de tal prosa q acho enmolduraveis como peças únicas de inusitado desajuste.
o autor é MIGUEL CADETE, Diretor-Adjunto
e o titulo histórico é: "Prince ainda não morreu"
depois lemos, emocionados, entre outras coisas:
" não nos cabe lamentar as estrelas que se apagam e morrem pois não as conhecemos pessoalmente...só as choramos porque nos ajudaram a tomar um conhecimento de nós próprios que seria improvável sem a sua existência (!!!!!) ..foi uma força da natureza...etc...
depois fica uma enigmática conclusão de carácter geográfico-filosófico de compreensão confusa:
"Morreu ontem... eram 9h43 em Mineápolis (menos seis horas do que em Lisboa). Viveu toda a vida nessa cidade...apesar da notória diferença de fuso horário."
(Fico angustiado sem perceber q o motivo de tal dedicação nem q diferença e para onde? q local? Lisboa, Lagos, Paris, Viseu? N York, Bucelas, Moscovo? q eu saiba todos nós vivemos onde vivemos, apesar da notória diferença horária com algum sitio...)
Mas a confusão continua:
"Ontem, foi encontrado num elevador, inanimado, e declarado morto, depois de uma tentativa de reanimação, vinte minutos depois".
portanto, foi considerado morto depois de uma tentativa de reanimação 20 min depois da sua morte... confuso!...
continua o prestigiado Expresso: "Os órgãos de comunicação social que se dizem sérios confirmaram, depois, a informação. Prince morreu. Viva Prince."
Concluo q isto significará, portanto:
1 q afinal, há órgãos de Com. Social q não são sérios.
2 q esses provavelmente terão noticiado q estava vivo!...
mas adiante;
o articulista continua:
"Na rádio e na TV, comentadores, jornalistas, músicos, pessoas do meio, eu incluído, apressaram-se a balbuciar uma explicação, uma homenagem, um aforismo que resumisse a vida e, já agora, a morte de Prince. As redes sociais foram inundadas.
Gostamos todos das expressões "balbuciar" e "inundadas".
...
Continuando: "... foi...recuperado de uma sobredose. Terá recusado as recomendações dos médicos e três horas após ter chegado ao hospital, saiu. ...um dia depois surgiu a andar de bicicleta e durante uma festa terá pedido aos presentes para “guardarem as suas orações” para mais tarde.
Ontem, encerrou uma história muito maior do que a dos seus últimos dias, sem que nos fosse permitido conhecê-la. Prince era assim mesmo,..., ele podia escrever no seu epitáfio com toda a propriedade e mais alguma: “Vai viajante, e, se puderes, imita alguém como este, que se consumiu até ao fim pela causa da liberdade”.
Conclusão:- Salgueiro Maia, Ghandi, ... esqueçam. Este sim. Morreu supostamente de overdose e ficamos a saber, é um verdadeiro Herói pela causa da Liberdade.
Desculpem... não sei ... mas não será tudo isto... Ênfase exagerado? americanismo doentio? demasiada "popfilia" expressa"?
Nem o próprio Prince, por mº exótico e controverso q fosse, - e mesmo q a pessoas como eu não dissesse muito...- por tudo o q foi e conseguiu... não merecia tanta parvoíce.
Espantastico.

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