quinta-feira, 18 de junho de 2015

uniformizar?

obs.- recebi, reconverti, assumo, acrescentei, reconstruí e por isso repasso...

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No outro dia, ouvi o tal Malaca Casteleiro - esse novo vendido e Conde Andeiro da Língua Portuguesa - dizer que o Acordo Ortográfico, em que trabalhou incansavelmente ao longo de anos e anos, teve por objectivo uniformizar a língua entre todos os países de expressão portuguesa.  Ridículo.
Assim sendo, os brasileiros têm rabo ou somos nós que vamos passar a ter bunda? 
E as senhoras, as de cá passarão a usar calcinha ou são as de lá que usarão cuecas? 
De fato eles vestem fato ou nós, de facto, de futuro envergaremos terno? 
O governo de cá rouba-nos a grana ou é o de lá que lhes sonega o carcanhol? 
Passamos a ir à lanchonete ou são eles que vão ao café? 
Vamos beber um bagaço à tasca ou uma cachaça ao boteco? 
E o tipo que defende a baliza, é para eles guarda-redes ou, para nós, será goleiro? E os outros os zagueiros serão defesas? E marcam cantos ou escanteios?
E como nos passaremos a mover? Nós de trem, ônibus, bonde; ou eles de comboio, autocarro, eléctrico? 
Esperamos pelo transporte na parada ou continuaremos a fazê-lo na paragem? 
Respeitamos a bicha na paragem ou antes a fila na parada? 
E aquele gajo porreiro, de pêra, que vai a sair da esquadra? Vamos ter que dizer que é um cara legal, de cavanhaque, a sair da delegacia? 
Que raio será um "aniv" e uma "univ"? esqueceram o "ersário"a "ersidade"? mas vão passar a usá-la?
Se quisermos agrafar um relatório, recorreremos a um grampeador ou a um agrafador? 
E se o nosso fito é afiar um lápis, agarramos num apontador ou num apara-lápis? 
pomos o relógio à noite na mesa de cabeceira ou no criado mudo?
Seria infinita e desejável a lista de diferenças. 
Jorge Amado será sempre saboroso lê-lo; porque o fez assim mesmo na sua coloração de lingua portuguesa. 
Vergilio Ferreira - meu velho professor de Latim - será profundo sempre porque escreveu como escreveu. 
Fomos à privada e não usámos a descarga ou fomos à retrete e não puxámos o autoclismo?
E por aqui, pela merda, me fico. Em castelo. Que foi o que ele, muito eruditamente fez. 
À Casteleiro. 
Em bom português, do único, porque merda é merda, aqui em Angola, Timor ou no Brasil. Aí estamos de acordo.
Tronco comum - mas beleza plural. Será que o estúpido e imbecil Malaca, sim, esse traidor, esse jhiadista da Lingua, não entende isto?

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