Pois; neste dia... é natural q os namorados estejam confusos!.
O folclore aveludado e cor de rosa de um pseudo bdsm, uma vez mais, volta a atacar. À escala planetária com grandes meios publicitários. Esses sim, é caso para dizer, flagelando espíritos menos avisados e iniciaticamente inocentes.
Depois do soft core das várias Emanuelles abúlicas e vácuas de volição e tesão própria; depois do fracasso, - insultuoso ao livro de Pauline Reage - que foi a versão filme de Just Jaekin da Historia de "O"; depois do semi conseguido "Secretary" e da mais audaz abordagem n' "A pianista" agora somos bombardeados com as "50 sombras de cinzento". Dentro do género.
Detesto campanhas massivas de opinião. Mudo logo para o passeio do outro lado da rua. Querem obrigar-me; portanto, não obrigado. Não vi, nem vou ver; nem, - a avaliar pela opinião de gentes que muito prezo - vale a pena ver.
Aliás adivinha-se. A industria dos filmes nunca abordaria crua e seriamente tal matéria, nunca a aprofundaria. A industria quer números, bilheteira, milhões - não verdade. Os produtores querem isso sim, retorno. Há q seduzir o pagode dando a ilusão de chocar, mas a moral e os tabus ficam incólumes. É caso, de novo, para dizer :- ninguém "se magoa" e ganham todos com isso. Até as cabeças de inocentes e iniciantes fantasistas, fabricando insónias de ilusão e turbamento. Ah, e as lojas de gadgets mais ou menos íntimos. Essas ganham de certeza.
Mas este tipo de boom ocasional persiste em desviar o olhar para as fímbrias suavizantes e edulcorantes do Sm, nunca para o cerne real. Está previsto e é dos livros. Fica-se na penumbra do mistério e sem ir ao fundo das questões. Aguarela envolta em bruma e planos elegantes.
Depois da hábil e bem conduzida reabilitação publica e mediática da homossexualidade em toda a parte, - de forma a todos a considerarmos já uma realidade normal, - decerto q o ultimo tabu das artes do amor merecia mais seriedade na abordagem.
Assim, fica cinzento mesmo. Quem vê por curiosidade nem aprende o que é sm, nem sacia duvidas. Safe Sane & Consensual? Folclore puro; como os romances de Corin Tellado. Talvez com uma pitada de pimenta, bem aveludada, para cativar incautos.
Os namorados de facto, bombardeados de adrenalinas e endorfinas, devem andar confusos.
Uma vez, ainda professor de Liceu em Lisboa, procurava por um aluno e, não o encontrando, lembrei-me duma aluna q julgava ser sua namorada, pois ainda de manhã os tinha visto em grandes e holywoodescos beijos, enrolados pelas escadas do velho Maria Amália.
Era urgente - precisava de falar com ele. E aí lembrei-me, quando a vi, de o avisar para vir falar comigo.
Chegando ao pé dela, porem, retorquiu-me:
- "Oh sotôr, sim, fomos namorados, mas isso foi no outro intervalo!"
...
Portanto. Namorar hoje tornou-se um acto de novas durações, significados, semânticas frágeis e trocativas emoções.
Sobra-me a memória plena, ainda viva felizmente, de um tempo em q o secretismo e a emoção vestiam roupas de gloria e arrepio.
Mas noutro registo; com outra amarração, definição, exigência e seriedade.
Pois! Tudo isso em fotografia-letra-a-letra, tal e qual!
ResponderExcluirComo um filme que rola, vais rolando a história de este era uma vez "isso"...
Pois é! É isso...
Pois! Tudo isso em fotografia-letra-a-letra, tal e qual!
ResponderExcluirComo um filme que rola, vais rolando a história de este era uma vez "isso"...
Pois é! É isso...