quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Os divinos gestores

Depois de todos os Espírito Santos possíveis e sua hecatombe nacional, com a consequente perda de milhares de milhões - que dariam para fazer funcionar o país anos a fio... - escrutinam agora, também a PT.
Não percebo. Mas o Bava não era o gestor exemplo? Mediático ao zénite; galardoado e encomiasticamente celebrado?
E o Granadeiro? Esta gente não era o paradigma da gestão exemplar de grandes empresas? Não eram eles os sábios que ultrapassavam crises e criavam admiração de tanto saber?
Que negócios estão afinal ocultos por trás de tanta "boa" gestão?
Como se deixaram todos eles, infantilmente envolver em tantos maus negócios enfiados uns nos outros? Estavam distraídos? Nós temos de controlar tostões todos os meses por não haver; e eles não controlaram milhões que se estava mesmo a ver que seriam irrecuperáveis?
Lembremos que a fiança de 3 milhões paga pelo sr. DDT  ainda não é por nenhum processo relacionado com a causa maior deste assunto - a quase falência do BES. Daí, deste dossier, ainda se está a assistir ao actual desfilar de personagens em Comissão Parlamentar que vai durar várias novenas até maior desfecho. Espera-se naturalmente, que, entretanto, a Justiça não durma e que se vá construindo uma investigação profunda que conduza a uma acusação formal nesta condição, matéria e conformidade.
Porque - apetece perguntar - afinal como se gere um Banco tão fundamental na economia nacional, de prestigio e bom nome, credibilidade e confiança desta tão negligente e casuística maneira? Como se gera um rolamento de capitais, créditos, empréstimos e dividas em carrossel entre empresas do mesmo grupo, em montantes tão imensos e a tão alto nível, sem nenhum controle nem freio, nem ética, nem responsabilidade?
O julgamento de Oliveira e Costa foi adiado para Fevereiro. Muito bem. Aguardemos no que vai dar.
Entretanto um outro jeitoso, o Rendeiro, já veio a publico arguir que tudo o que, eventualmente pudesse existir de mais nebuloso "ou já prescreveu ou está prestes a prescrever..."
Isto é, com toda a desfaçatez, aguardaremos todos por Godot na justiça financeira?

Desculpem a pergunta inocente, tal como na peça de Karl Valentin:
"E não se pode exterminá-los?"


4 comentários:

  1. Outro excelente post....questionando os senhores omnipotentes, ou que escapam com relativa facilidade ao ónus da prova. No entanto(é a minha opinião) o principal obreiro deste país em cangalhas, é o senhor de Belém que como algumas pessoas que eu conheço, passa entre os pingos da chuva sem se molhar.....

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  2. Mas que pergunta!
    Eles vão-se multiplicando...

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  3. Os senhores, detentores do poder em Portugal, devem ser da família dos Gremlins. Multiplicam-se com os pingos de água.

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